GEEDEM

Quem foi o Dr. Eduardo Monteiro

Eduardo Monteiro nasceu em 1889 em Portugal. Extremamente dedicado aos estudos, começou muito cedo a colaborar com revistas médicas.

Em 1912, com apenas 23 anos, formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil. Sua tese de formatura versou sobre “Metabolismo”, trabalho que no dizer do Prof. Almeida Prado “Já era o cartão de apresentação do que prometia o autor, como patólogo”.

Anteriormente à sua formatura, já colaborava com revistas médicas e tinha pelo menos dois estudos publicados: “Moléstia de Parkinson” e “Um caso de diplegia facial de origem palustre”, na “Gazeta Clinica de São Paulo. As suas expressões pessoais eram serenas, equilibradas. Comedido no falar e nos gestos.

Linguajar fácil, fluente e casto, numa dialética ponderada e convincente. Avesso a assuntos fúteis e nunca sua fala fez referências pouco lisonjeiras a alguém. Esse comportamento lhe valeu não fazer nenhum inimigo pessoal em toda a sua vida. Embora dedicado a uma longa jornada diária de trabalho e estudos constantes, não se cansava e podia-se denotar a alegria estampada em sua face quando o assunto era clínico. Participava com entusiasmo e sabedoria conduzindo-se com altivez e nobreza, principalmente quando precisava combater opiniões e teorias, sempre respeitando as pessoas. Como resultado desse comportamento enriquecia cada vez mais a sua já rica cultura e atraia um número maior de amigos e admiradores. Nos seus descansos, extasiava-se ante a música de Beethoven e com temas de filologia portuguesa.

Reconhecido pela classe médica, como tendo exercido extensa atividade didática, começou na Policlínica de São Paulo, onde permaneceu por 20 anos, sendo o chefe da “Clínica de Mulheres”. Ministrou aí, com invejável competência e dedicação, os primeiros cursos livres da Clínica Médica de São Paulo. Suas aulas de clínica e patologia, foram tão bem desenvolvidas que mesmo transcorrido mais de meio século elas continuam sendo uma magnífica contribuição para o ensino e à cultura médica. Esses cursos eram muito procurados e tornaram-se famosos por todo país. Suas atividades clínicas eram continuadas em hospitais, nas residências e principalmente em seu movimentadíssimo consultório e se estendiam horas afora.

Contudo, sua dedicação nas atividades de ensino, iam muito além. Ministrava ensinamentos com igual dedicação na Faculdade de Medicina, através da cátedra do professor Almeida Prado e na Faculdade de Farmácia e Odontologia.

Com essa vida ativíssima, cheia de exemplos edificantes, o nosso querido Dr. Eduardo Monteiro acabou sendo tomado por uma moléstia que o obrigou a acamar-se e, surpreendentemente. Fortificou-se ainda mais o caráter desse homem, nesse período que iniciou em 23 de janeiro de 1944, e sendo o último de sua vida física, nessa encarnação tão profícua. Perfeitamente cônscio do diagnóstico e da conduta terapêutica necessária para a doença que o acometeu, deu novas provas de sua superioridade moral, vencendo as adversidades e jamais reclamando.

Nunca se deixou tomar do natural desanimo e nem revelou nenhum sinal de revolta. Pelo contrário, tanto que, em um período de melhora, conseguiu autorização para visitar seu consultório, alguns pacientes e a Academia de Medicina de São Paulo, da qual era presidente. Dentro do esperado, essa visita funcionou como terapia e ficou claro o quanto o Dr. Monteiro amava e se dedicava à sua profissão. Retornou ao leito ainda mais confortado. Visivelmente era grato à família pelo acompanhamento e apoio recebidos e ao prof. Almeida Prado, que o assistia fraternalmente, controlando cuidadosamente a medicação.

Assim é que nesse período a sua saúde física foi se tornado cada vez mais precária, enquanto, paralelamente, a sua “saúde” espiritual se desenvolveu de maneira notável. Foi um longo período e muitas lições emanavam daquele homem, de como as pessoas devem se comportas frente às suas adversidades, frente a mal implacável, aprimorando o seu espírito mediante uma postura essencialmente baseada nos ensinamentos de Jesus.

Em 24 de dezembro de 1945, véspera de Natal, após 23 meses de repouso e atenções especiais para com sua saúde e com apenas 56 anos, o Dr. Eduardo Monteiro, um dos principais mestres e uma das glórias da medicina em nosso país, atendendo ao chamado da Espiritualidade Superior, que com certeza, contava com sua participação em outras realizações, fez o seu retorno à Pátria Espiritual.

Hoje, entre suas muitas atividades das quais algumas nos são noticiadas pelos amigos espirituais, nosso querido Dr. Monteiro é patrono do Grupo de Estudos Espíritas Dr. Eduardo Monteiro, bem como responsável espiritual da equipe de atendimento médico espiritual de nossa casa.

Na cidade de Santo André, mais precisamente no Bairro Bela Vista, a prefeitura o homenageou nomeando uma rua com seu nome.